A entrevista com o Delegado-Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, estava marcada para esta manhã na Jovem Pan News, aqui em Florianópolis. Inicialmente, seria por videoconferência, mas às 10h25 ele me avisou que viria presencialmente ao estúdio, no Morro da Cruz, para se encontrar comigo.
Oito minutos depois, tudo mudou.
Às 10h33, o delegado me mandou outra mensagem: não poderia mais vir. O motivo? Tinha acabado de ser alvo de um ataque a tiros no Morro do Horácio. O carro descaracterizado em que ele estava foi alvejado. Ele revidou os disparos e felizmente, ninguém ficou ferido.
O ataque foi perpetrado por olheiros do tráfico de drogas — o que leva a crer que reconheceram que dentro daquele veículo estava, de fato, um delegado de polícia. Algumas reportagens chegaram a sugerir que se tratava de uma tentativa de assalto. Difícil acreditar. E eu explico o porquê: veículos de luxo sobem e descem o Morro do Horácio todos os dias, comprando drogas nos pontos de venda da região. Nenhum deles é alvejado. Por que esse foi?
O delegado já confirmou que o carro foi abordado e verificou que um dois dois criminosos estava com o rádio na mão e outro armado. O delegado mostrou a arma e os disparos começaram. Foi no momento que revidou. Os criminosos sumiram.
Mesmo com o ocorrido, a entrevista foi mantida, mas por telefone. E por decisão editorial minha, naquele momento, não perguntei sobre o ataque. O delegado estava mobilizando a equipe para uma operação na região, e achei mais prudente esperar. Conversamos sobre outros temas relevantes: os corpos encontrados em São João Batista e o novo aplicativo que rastreia, em tempo real, agressores de mulheres que usam tornozeleira eletrônica.
Depois, no Jogo do Poder, com mais informações disponíveis, a polícia já presente no local e mobilizada, é que tratamos do assunto no ar — trazendo os bastidores, os detalhes do que aconteceu e o que o próprio delegado havia me repassado.